sábado, 17 de novembro de 2012

Cia. É Tudo Cena! se apresenta com o Coral Iyún Asé Orin em comemoração ao mês da Consciência Negra

Nas comemorações do mês da Consciência Negra, a Cia. É Tudo Cena! foi convidada pela Transpetro a apresentar uma performance, no dia 23, juntamente com o Coral Iyún Asé Orin.  
Para ilustrar essa importante data, a Cia. escolheu a história de João Cândido Felisberto, o Marinheiro João Cândido.

   
   Quem foi o Marinheiro João Cândido

João Cândido Felisberto, mais conhecido como João Cândido, nasceu no Rio Grande do Sul em 24 de junho de 1880. Filho de escravos, ele costumava acompanhar seu pai nas viagens feitas para conduzir o gado.
Aos 13 anos, lutou na Revolução Federalista de 1893 no Rio Grande do Sul, iniciando sua trajetória a serviço do governo. Em agosto do ano seguinte, estava alistado no Arsenal de Guerra do Exército.
Em 1895, ingressou voluntariamente na Escola de Aprendizes Marinheiros em Porto Alegre, na qual permaneceu durante 11 meses. Chegou ao Rio de Janeiro no mesmo ano para compor o quadro dos marinheiros e foi promovido e elogiado oficialmente muitas vezes. Em 1900, foi promovido a marinheiro  e, em 1903, a cabo-de-esquadra. 

Em 1910, participava e comandava a Revolta dos Marinheiros no Rio de Janeiro. O desfecho dessa Revolta foi o fim dos castigos corporais na Marinha. Porém, João Cândido foi expulso e renegado pela Armada Brasileira, por parte da imprensa e da sociedade.

Após a Revolta, trabalhou como timoneiro e carregador em algumas embarcações particulares e da Marinha, sendo demitido de todos os empregos por pressão dos oficiais da Marinha. Em 1917, começou a trabalhar como pescador para sustentar a família. Até os seus últimos dias de vida, João Cândido e sua família viveram na miséria.
João Cândido casou-se três vezes. Sua primeira mulher, com quem ficou casado por pouco tempo, morreu em 1917; a segunda esposa suicidou-se em 1928, ato que seria repetido, 10 anos mais tarde, por uma de suas filhas. Com sua última esposa ficou casado até o fim de sua vida. Ao longo dos três casamentos teve 11 filhos.
Discriminado e perseguido até o im da sua vida, se recolheu no município de São João de Meriti, onde veio a falecer no Hospital Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.
Falece em 6 de dezembro de 1969, aos 89 anos.